
Marcos Viana "PINGUIM"- ESPN ao Ar Livre CORPORE - Tatuapé
Crédito da imagem: Wanderlei de Oliveira
Parece uma combinação sinistra, mas não é o que pensa o ultramaratonista Marcos Viana, famoso entre os corredores como “Pingüim”. Morador do Tatuapé participou do ESPN ao Ar Livre CORPORE, no Parque do Trabalhador. Inteligente, nos enriqueceu com muitas histórias sobre o universo, o ser humano e lugares pitorescos. O que nos chamou a atenção, é que realiza seus treinos longos, no Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina.
“Yiannis Kouros a lenda das ultramaratonas, está invicto em todo o mundo na ultramaratonas além de 100 milhas. Ele detém todos os recordes de 100 quilômetros durante provas de 1.000 milhas, e de todas as provas na distância de 200 km até 1.600 km, e de 1 dia a 10 dias. A casa de Yannis Kouros, em Trípoli, na Grécia, fica ao lado de um cemitério. Yannis explica a importância da memória da morte para viver o dia-a-dia: - "todo mundo estava me culpando por construir esta casa aqui. Disseram-me que a visão das sepulturas é demasiado pessimista". Na minha opinião, diante dos túmulos é inspirador, pois ela mantém você 'fundamentado'. Quando você olha para isso todos os dias você percebe que hoje vai ter que fazer algo importante, porque isso (o cemitério) é onde todos nós vamos acabar. “Esse pensamento me mantém focado na minha missão neste mundo”, relatou Pingüim.
Em 2005, corri a Maratona de Roterdã e fiz uma matéria com o canadense Ed Whitlock, com mais de 70 anos, que corria em uma pista de 500 metros no cemitério Milton Evergreen, próximo a sua casa. A TV holandesa, o acompanhou durante toda prova.
Marcos Viana “Pingüim” estudou a história do brasileiro Valmir Nunes, do grego Yiannis Kouros e do canadense Ed Whitlock, corredores de longa distância que bateram os mais incríveis recordes mundiais jamais imaginados, e que para isso tiveram que desafiar os limites da resistência do corpo humano, correndo o risco de ficar entre a vida e a morte, todos eles dependeram de uma relação muito forte com os cemitérios, no caso do Valmir Nunes em quase toda sua carreira foi patrocinado pelo cemitério Memorial, de Santos.
“Não pode ser mera coincidência, mas como dizia William Shakespeare: “há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que possa imaginar nossa vã filosofia”, finalizou Pingüim.
por Wanderlei de Oliveira